18 fevereiro, 2009

Mika

Desde que escutei Lollipop, eu só vejo/ouço/canto Mika. Aqueles clipes psicodélicos dão vontade de comer e o acúmulo de batidas e segundas, terceiras, quartas e quintas vozes ficam me dizendo pra ser feliz, além da voz dele mesmo que dá um tesão desgraçado. Agora me diz: esse agudo existe?








Não, não existe.

17 fevereiro, 2009

Nós.

Eu escuto as coisas que você me diz, mas quase sempre elas me soam como fantasias que eu criei para compensar a distância entre nós. Eu leio seus bilhetes e acabo por interpretar cada palavra com conotações que só eu sei explicar, de forma que o todo me declare somente o que eu quero entender. Eu manipulo todas as informações as quais tenho acesso para que todas me favoreçam e para que eu nunca me sinta culpada pelo que quer que seja. E você diz que eu não presto, mas com um belo sorriso no canto da boca e uma linda cara de deboche, querendo dizer que eu presto sim e eu até acredito, às vezes. Eu não te entendo, eu juro. Quer sempre me aborrecer e estremecer minhas bases de ódio e, quando me deixa adormecer nos seus braços, diz tudo aquilo que eu queria escutar enquanto estou acordada. É um problema nosso de comportar nossas próprias loucuras.

Ela

Ela mergulhou em mim e me fez ter pena do que eu era.
Me olhou de cima e me trouxe paz. Ela me tortura.
Ela me abandonou e agora eu a procuro dentro de mim.
Ana Maria se afogou no meu peito.

De mim (agora)

Talvez eu esteja melhor agora, desfeitas as ilusões. Talvez seja necessário ser triste, talvez haja alguma beleza na contemplação da dor ou mesmo seja útil não ser sempre feliz. Necessária talvez seja a constatação da tristeza em si.

Talvez eu não seja assim tão ruim, mas eu realmente achei que fosse alguém melhor do que sou. Pensei talvez que meus desvios de conduta mais tivessem a ver com meu gosto musical duvidoso que com falta de moralidade ou de escrúpulos. Talvez me julgasse incorruptível. Quem bem me conhece sabe que é verdade, sabe que eu carrego uma soberba infinitamente maior que eu. E morrerei sob o peso de mim mesma, eu acho.

O abandono causa sensações delirantes, quase como ácido. Talvez seja mais recomendado porque, embora o efeito possa ser prolongado, não costuma deixar grandes sequelas. No mais, se aprende muito mais sozinho, taí uma coisa que o ego nunca vai permitir é você achar que alguém é melhor que você mesmo, nem que seja na arte de ser pior.

Mentirosa, pérfida e ligeiramente demente. Gorda. Boba, feia e chata. Passo tempo demais pensando nas coisas que poderia ser e, às vezes, o pensamento vai tão longe que, em algum lugar, eu acabo sendo mesmo e me sinto ótima em ter conseguido ser qualquer coisa em pensamento e continuo a ser eu mesma por aqui. Eu sempre me gabei de conseguir tudo o que sempre quis, mas a verdade é que eu sempre quero muito pouco.

16 fevereiro, 2009

(sem título XIII)

A saudade bem me atropela o peito nos finais de semana, quando penso que deveria sentir seu hálito e sequer ouço sua voz. E me arrebata as tardes pensar nos seus cabelos entre meus dedos, me lembra a sonolência de carinho bem feito e me dá tantos outros pensamentos.

Quando penso nos improvisos de nossa vida, os rumos desesperados de cada uma de suas pernas que te levam a cada dia para mais longe de mim. Cruelmente, cada manhã e cada tarde ao seu lado são sempre ainda melhores que as manhãs e tardes anteriores. Me deixam sempre uma esperança de consideração divina em prolongá-las por meses, mas parecem sempre menores.

14 fevereiro, 2009

Longe

É onde estou.