Aproveitei a enfermidade para escrever alguma coisa bem desconexa. É p'ra parecer poético, mas é só delírio febril. Ou minha cabeça com muita preguiça de fazer sentido.
Reconheço que a escrita exige labuta. Mas a ilusão de uma "escrita natural" torna o processo tão, mas tão mais bonito, que mesmo ao final da mais suada das frases, o sujeito que a escreveu se sente o portador do maior dos dons. E é assim mesmo, sempre fingindo que existe uma inspiração intrínseca, um pensamento essencialmente livre e instintivo. Duro, dizemos, é o processo da escrita, duro é digitar teclinhas, duro é passar para o papel.
Mas que nada! Escrever, encarreirar letras, é fácil. Difícil é colocá-las em ordem.
Veja bem o que é a febre: eu me olho no espelho e, entre outras coisas, enxergo sempre a pessoa de escrita mais natural que eu conheço. Talvez nem seja mentira, posto que não conheço tantas pessoas que escrevem, assim... Mas nego, de muitas formas, que escrever para mim é um processo dolorosíssimo, cruel, sofrível porque eu insisto mesmo, chateio, teimo com a palavra que não quer sair. Espremo como se fosse um berne. [acabei de matar esse texto. #prontofalei.]
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