30 janeiro, 2011

Sua

Sou sua porque nasci dos seus desejos.

27 janeiro, 2011

Do sal



Eu sorri para o horizonte
entorpecida de luz
e voos de andorinhas no verão.
Onda e areia de praia,
sal no corpo e no vento.
A maresia corroeu meus pensamentos,
O coração flutuante em espuma branca.
Eu sorri para as curvas dos corpos
e o ritmo dos barcos.

Quando voltei para a serra
não havia mais amor ou morte.
Trouxe a alma limpa,
tão plena e livre quanto jamais fui.
Estão em mim os horizontes e as luzes,
estão em mim as ondas e os mares.

09 janeiro, 2011

Cartas com Destino

À Diana.


Teu mal, preta, foi tentar ferir-me com minha lança quando eu já sangrava e disso não poderia mais morrer. E ainda, preta, ameaçou privar-me dos teus carinhos, quis ser cruel na distância, acusando-me de não valer a ponta cega de uma lança ou sua sincera devoção.

Se privar-me de ti é tua punição, aceito. Se apagar meu sol fará teu horizonte maior, ofusque o que brilha em mim. Teu mal, preta, é acreditar que eu acredito em tuas intenções. Podes maldizer-me. Eu ainda serei toda amor.

Preta, eu não deixei de estar contigo; apenas entenda, aceite. Eu a amo, isso deveria se estender para além da minha presença ou ausência. É vã tua luta com teus significados se o que deseja é deixar de ser eterna. Eu não a esqueci, tu também não me vais esquecer. Não o faça, não o tentes fazer.

Aceite minha natureza fugaz. Aceite que eu falho muitíssimas vezes onde a perfeição se faz necessária. Aceite que não consigo lidar com tudo o que sinto em palavras. Aceite o que eu não posso aceitar.

Eu não aceito teu adeus. Não aceito que queiras me deixar, não aceito que massacre, de forma tão leviana, o que sinto. Quando sentir minha falta, ligue-me. Mande uma carta, mande um e-mail. Mas não ameace abandonar-me, não seja tão rude.  Estou tentando ser feliz, estou tentando acreditar que mereço.

Voltei, Preta. Voltei para tuas farpas e teus doces, voltei para ser alvo de tuas afirmações. Voltei para que destruas. Feliz? Eu estou.  Porque voltei ao campo para duelar contigo, minha derrota e prêmio.