21 dezembro, 2008

(sem título XI)

Buscar no seu tempo a mais nova forma de amar: que seja intensa e sempre imensa. Que não cesse, que não se perca.

Estar na sua essência e te descobrir em cores frias. Ainda quente, bate o peito de angústia e devaneio. Onde está o caminho, onde está você? Para onde suas pernas o levam? Para tão mais longe? Para onde?

Aquecer os lençóis de amor, sozinha. É que a noite é longa demais para esperar o amor. Entoar versos antigos, alguns espontâneos, alguns copiados no verso da agenda. Enlouquecer tardiamente, l e n t a m e n t e.

Beira

Eu só queria férias.

E agora estou desempregada.

10 dezembro, 2008

Ainda

Será o tempo dos sapatos e das sandálias, o tempo dos pés no chão? É o tempo de correr no desespero, transitar entre os cômodos e percorrer distâncias mínimas com orgulho de quem vence maratonas. Ser estranho.

Eu como meus sonhos mas sou logo obrigado a devolvê-los ao mundo. São um tanto indigestos. E se remexem tanto fora quanto dentro de mim. Há dúvidas com relação ao que eu desejo, mas eu sempre desejo, é um cansaço de tanto desejar.

Eu me permito ver os insetos sob as pedras, acho menos digno pisoteá-los com meus pés imundos. Eu tenho medo de não ser tão convecional, mas eu não sou. Não sei, na verdade, qual medo me corrói mais. Eu tenho medos demais. E coisas mais interessantes para pensar.

A verdade sobre mim:

uma farsa. completa.

Amigo. Querido amigo. Bem aqui.

Há quanto tempo, amigo.

Dê-me um sorriso e isso será suficiente por enquanto. Mas não te cales. Cada suspiro que eu decifro é precioso, me engrandece.

Eu andei longe, caminhando por lugares que já conheço, mas nem por isso menos árduos. Senti tua falta em quase todos os momentos e, para abrigo, construí uma saudade imensa e aconchegante onde eu pudesse passar a noite.

Não te esqueci, amigo. Nem a ti nem a todos os sentimentos que me inspiras. Eu prefiro acreditar que estás perto, assim, com a mesma convicção que tenho que tu existes. Tu existes.

01 dezembro, 2008

Augusto

Eram inocentes seu olhar e seu sorriso quando ainda era anjo. E ainda é anjo, se bem sei. É também menino, meu menino. Nas angústias que lhe causo se torna outra coisa, mas é sempre algo muito próximo daquilo que acredito ser necessário.
Mas, hoje, há no menino um tanto de homem. Onde havia tanto de anjo há também um tanto de santo e mais um tanto de imperador. E eu amo (e se não amo?) esse imperador augusto, Augusto.
___________________

Saudade do seu nome junto ao meu.
Saudade do seu pseudônimo junto ao meu.
Saudade do seu sentimento junto ao meu.
Seu sono, sua tristeza, você.
Minha foto igual à sua.
Meu sorriso igual ao seu.
________


P.S.: Aqui é a Ana Maria postando para Martinez por causa de alguns problemas temporários, digamos assim. Martinez, saudades dos nossos textos. Saudades das nossas conversas. Saudades de nós.