31 agosto, 2010

#BlogDay

Blog Day 2010

Àqueles que me fazem sentir como se merecesse ser feliz.

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30 agosto, 2010

Lobotômica

Chegou o drama
sem que houvesse dor latente
para justificá-lo.
Apropriou-se da lágrima
para nela ser manifesta.
Quando passa a agonia,
porém,
nada resta que não a consciência clara e desnecessária do tempo que foi perdido
por um dia,
a cada dia,
sem que o próprio reflexo se deixasse morrer.

Chegou o sonho
sem que houvesse olhos abertos
para acompanhá-lo.
Apropriou-se do sono
para nele ser manifesto.
Quando passa a noite,
porém,
nada resta que não a vaga lembrança do inédito e incontrolável delírio perdido
por uma noite,
a cada noite,
sem que a própria existência se deixasse existir.

27 agosto, 2010

N. o A. -2-

Ando dispersa nos seus lábios,
no que me dizem, na sua risada.
Eu me distraio com tanta informação
que você, seu insuportável, me dá.

Não é culpa minha seu devaneio
de enriquecer meu ego, de enfeitar-me.
Sou eu quem, agora, substituiu o vazio
pela curiosidade perdida dos teus olhos.

É que eu ando dispersa também nos seus olhos
e nas curvas do teu rosto largo.
Me distrai, sem volta, na sua barba por fazer;
enlouqueci, seu cretino, só por diversão.

N. o A. -1-

Guardei palavras tão doces para meus dias ruins
e agora você me vem roubá-las.
Porque meu coração está vazio e você o toma
e me faz feliz. Irresponsavelmente feliz.

Meu querido, não faça assim:
não me devolva o carinho que lhe presto.
Não me deve, nada te devo.
Nós entristecemos e isso também passa.

Só não me seja tão bom, querido amigo,
que eu derramo de verdades incoerentes;
que eu te faço carregar as minhas pedras
e corro todo o risco, sozinha, de me apaixonar.

Deixa assim, como tem sido
com sorrisos viciosos e insensatos.
Não me peça beijos que já são seus:
leve-os, leve. Depois morda os lábios.

Depois me morda os lábios
E me deixe ser sua prisioneira oculta
que ao final do dia - eu prometo - digo:
Eu sou feliz! Ah, eu sou feliz!

07 agosto, 2010

Abstracto

Meu coração está em silêncio: o pulso é fraco.
Não é morte, não é fome, não é frio.

Também está muda minha boca: não falo, não grito, não sussurro.
Afonia incógnita, delirante.

Meus passos: todos calados. E não é peso,
não é dor, não é preguiça.

A vida está(tica) todo o tempo no mesmo ponto do destino.
São, por fim, os pássaros que chegam até mim,
me fazem ninho,
alimento.

Tracto

As diferenças tantas entre os olhares
se perdem, cidade lenta.
A vida progride em espaços brancos;
cada vão inerte guarda o nada de cada um.

E nada: sequência de passado e futuro cujo presente não faz senão produzir esperanças.

Tudo move tão claro diante dos olhos
nada ou muito pouco exige de quem vê.
Sabem as flores colorirem-se no escuro
e o sol, todos os dias, sabe trabalhar sem recompensa.

E por que? E por que não?

02 agosto, 2010

Memória

Eram tão lindas as flores
e tão belo o perfume e...
ah!
que belos dias nasceram
um após o outro!

Depois, tanto sonho!
Ora utopia errante,
ora realidade assídua,
ora devaneio monstro.
A vida em telas,
em torres,
em fios.

o colo delirante, mito.
antes a tirania do peito sobre a vida,
mas também disso a alma se arrependeu mais tarde.

esta heresia chamada saudade
celebra tempos vazios:
manhãs e tardes que nunca foram noites.

01 agosto, 2010

Suficiente (ou Autoexplicação para a Miséria Sentimental)

Minha cabeça pensou tanto tanto tanto
para escrever tanto e tanto tantas linhas
que dissessem o quanto eu estou tão tão
insatisfeita em viver tanto e tanto para
você.

No fim eu apaguei tudo tudo tudo porque
não posso admitir justificativas ainda que
coerentes para que eu te deixe e, tudo
bem, a culpa é minha.