31 dezembro, 2009

Feliz Vida Nova!

O rompimento de barreiras que se dá juntamente com a "passagem de ano" é somente uma ilusão de contagem daquilo que é incontável: o infinito linear do tempo. Mas é quando dormimos que o tempo nos escapa e segundos se alongam em horas, os ponteiros voltam, param e avançam ao mais distante futuro. Quando vigiamos o tempo, no entanto, e prendemos sua continuidade em voltas infinitas do relógio, ele se aprisiona no ciclo, e nós com ele.


Pois se há algo que eu desejo é que não acreditemos no relógio. Que nossas vidas não se prendam a um ciclo interminável e que não fiquemos fadados, no próximo ano, a cometer os mesmos acertos e erros. Que possamos decidir onde começa e onde termina um ciclo. E que saibamos abrir um novo. Que nós possamos começar a viver diferente, por exemplo, numa tarde de uma terça-feira nublada, sem que isso nos impeça só porque não é o primeiro dia do ano. Que sejamos felizes em nossas escolhas, mas que, se não formos, saibamos escolher melhor da próxima vez. Aliás, que além de bom juízo, tenhamos também sorte. Nossas escolhas dependem de nós, mas as consequências podem fugir ao nosso alcance. Que isso não nos abale mais que o necessário. Que seja fácil sorrir e que seja fácil receber sorrisos. Que possamos viver em paz!


Feliz Vida Nova! É o meu desejo pra nós!

27 dezembro, 2009

Daquele que partiu.

     Sobre a mesa ficaram três livros. Mas ela não leu nenhum, não pretendia ler. Preferia que ele ficasse, sem livros, sem roupas, sem um motivo. Ele foi, no entanto,
                    completamente vestido,
                    tendo motivos
e
                    deixando livros.

     Porque ele foi embora, ela decidi também ir. A casa estava vazia, abusivamente. Pairava ainda o perfume dos casacos e o piso rangia sozinho, sob o peso do corpo que não mais pisava. Era costume. Não se estranharia que, pela noite, ela voltasse a cantar, como quando com ele, sentindo o calor que ele não mais deixava no quarto. Era costume.

     Ela decidiu ir, também. Deixou os livros para o próximo morador. Carregou somente as canetas, mas esqueceu-se de que precisaria do caderno. Aliás, lembrou-se do caderno mas, sendo presente dele, decidiu deixá-lo, como quem abandona um grande amor numa noite de chuva. Mas que bobagem: nem chovia!

     Cobriu-se com o vento e foi. Num bater de asas deixou a casa, ainda com a sensação de que ele lhe observava e que seus detalhes seriam esquecidos na inanidade. Voou e foi.

01 dezembro, 2009

BLOGAGEM COLETIVA

Muitíssimo obrigada a todos aqueles que contribuiram com a votação, àqueles que não votaram em mim, mas votaram em alguém, aos amigos e à Rebeca e Jota Cê pela oportunidade. Foi divertidíssimo, e (que ótimo!) ainda me rendeu um novo layout. Acho que teremos novidades em breve.

Por enquanto, só um fim de semestre arrasador que quase não me deixa pensar na minha casa. Vive às traças, pobre ela. Férias virão, e eu estarei de volta.

Até lá!