09 janeiro, 2011

Cartas com Destino

À Diana.


Teu mal, preta, foi tentar ferir-me com minha lança quando eu já sangrava e disso não poderia mais morrer. E ainda, preta, ameaçou privar-me dos teus carinhos, quis ser cruel na distância, acusando-me de não valer a ponta cega de uma lança ou sua sincera devoção.

Se privar-me de ti é tua punição, aceito. Se apagar meu sol fará teu horizonte maior, ofusque o que brilha em mim. Teu mal, preta, é acreditar que eu acredito em tuas intenções. Podes maldizer-me. Eu ainda serei toda amor.

Preta, eu não deixei de estar contigo; apenas entenda, aceite. Eu a amo, isso deveria se estender para além da minha presença ou ausência. É vã tua luta com teus significados se o que deseja é deixar de ser eterna. Eu não a esqueci, tu também não me vais esquecer. Não o faça, não o tentes fazer.

Aceite minha natureza fugaz. Aceite que eu falho muitíssimas vezes onde a perfeição se faz necessária. Aceite que não consigo lidar com tudo o que sinto em palavras. Aceite o que eu não posso aceitar.

Eu não aceito teu adeus. Não aceito que queiras me deixar, não aceito que massacre, de forma tão leviana, o que sinto. Quando sentir minha falta, ligue-me. Mande uma carta, mande um e-mail. Mas não ameace abandonar-me, não seja tão rude.  Estou tentando ser feliz, estou tentando acreditar que mereço.

Voltei, Preta. Voltei para tuas farpas e teus doces, voltei para ser alvo de tuas afirmações. Voltei para que destruas. Feliz? Eu estou.  Porque voltei ao campo para duelar contigo, minha derrota e prêmio.

4 comentários:

Renata Evellyn disse...

Por que todos os relacionamentos soam, pelo menos em algum momento, como uma batalha?

Guilherme Navarro disse...

Uau, tinha tempos que não passava por aqui e gostei muito disso! Você é multi-talentosa, hein?

Vê se não some!

Vinícius Remer disse...

Preta, não a deixe, não nos deixe..

DBorges disse...

Nunca te deixaria, por mais miseravel e sem coração que fosse.
(nem você, Remer.. rs)

As vezes sinto vontade de mandar cartas pra você, noutras penso que você não as leria, desisto. É coisa de gente pequena que quer parecer grande, coisa de gente invejosa que quer imitar os grandes escritores só pra depois da morte serem lidos.
Nossas cartas seriam de intenso mal gosto, teriam muitas brigas e falas de amor.
Sua postagem em resposta a minha foi o mínimo que poderia ter feito, o máximo seria me procurar e o meio termo me ligar.. Sua voz soou como um tranquilizador.

Você é linda, Tha,
e pra sempre minha querida e amiga.