28 setembro, 2009

Noite

A noite fria começa ainda no sol violeta do fim da tarde,
quando começa a noite fria.
Percebo ainda que venta pouco e os minutos se arrastam até o breu.

As luzes se acendem, os bons se encondem, sobra eu.

Até que era uma noite fria, não muito fria, mas ventava e ventava frio quando eu adormeci. Em pouco tempo retornei a mim e, acordada, percebi que estava frio, mas era difícil ver, perceber as cores. Um só copo de absinto, açúcar, água. O contorno do copo simplesmente vazio, um gosto acre na boca, o corpo pesado, as palavras misturando e queda. Foi ao chão a embriaguez e todo o peso do insustentável. Dores submersas em gelo, cortes comprimidos por lenços. Mais tarde, banho. Sono. Sonho. Manhã.

Um comentário:

DBorges disse...

"As luzes se acendem, os bons se encondem, sobra eu."

Frases que falam tudo, que resumem um enorme texto.