28 fevereiro, 2010

A minha agonia é te ver sobre a mesa, imóvel.

Sua fotografia que estava na mesa sorrindo dizia que sua voz jamais sairia dali não importa enquanto eu esperasse que você mudasse de posição para uma mais confortável ou natural que não parecesse uma pose estática e combinada por nós que éramos assim tão iguais quando tiramos aquela fotografia que hoje eu coloco sobre a mesa p'ra fingir que é atual como se tivesse acabado de acontecer toda aquela sua timidez em aparecer em uma fotografia que você jamais saberá o quanto é importante p'ra me fazer lembrar dos seus olhos e do seu calor que me esquentava quando dormíamos juntos e fazíamos tantas outras coisas que ninguém mais poderia fazer um pelo outro nesse mundo que você abandonou pouco tempo depois de sair na fotografia que usaram p'ra guardar sua memória como se fosse possível te esquecer ou te lembrar unicamente por um sorriso forçado de uma insignificante fotografia que tiramos há muito tempo sem saber que seria a última em que apareceríamos juntos. E só hoje eu percebi.

Um comentário:

Sylvio de Alencar. disse...

De percebimento em percebimento, vamos nos percebendo...