19 novembro, 2010

Meus nós

Nas horas
Nós três
Nos achamos:
eu que fui
eu que sou
eu que for

Nossos pés desapareciam sob a densa areia
e não víamos os passos
e não nos conhecíamos
porque nossos desejos eram outros que não os mesmos

Nos olhamos estranhos,
tão amedrontados pelo reflexo magnífico do outro
no espelho desfigurado do eu.

- Quando não existe mais ninguém além de si mesmo para questionar o que é dito
ou visto,
ou você se alegra de ser a mais bem aceita criatura
ou chora por não ter nada a dividir.

E antes que acordasse
os nós engoliram-se inteiros
sem que eu soubesse quem sobreviveu ao sonho.

2 comentários:

DBorges disse...

Uma sensação de nó no peito me acometeu. Amo seus delírios, amo-os mesmo quando não entendo uma palavra.


Saudade dos teus olhos sobre mim.
(voltei para todos os meus blogs, só não tenho certeza se a inspiração voltou, se não voltar vou atras dela)

Vinícius Remer disse...

São tantos nós dentro da gente que o nó é inevitável. Tens a mim.