15 outubro, 2008
Sensação III
Fazer bem feito.
Fazer solicitamente.
Trazer à mente a lembrança do futuro desejado: isso se chama sonho.
Ter entre os dedos a raiva.
Saber que fúria não se vende.
Enfurecer-se. Não guardar-se.
Trazer à mente a lembrança do futuro aguardado: isso se chama esperança.
Tudo merece um pouco mais de prazer na execução, é verdade.
Aliás, a culpa é minha.
Isso não vai se repetir.
Trazer à mente a lembrança de qualquer futuro: isso se chama loucura.
Antes
essa víscera aberta.
Arranhar o peito,
bater os sonhos,
soltar a poeira dos vincos.
Antes a ignorância de não saber voar
que ter asas
- a sina de viver entre grades.
É na brisa que minh'alma se vai.
08 outubro, 2008
07 outubro, 2008
Tempestade tropical
"Não fui eu, foi meu Eu lírico”...
Foi o palco em que senti sua brisa...
Ainda em preto e branco... linhas grossas...
Mas de palavras leves...
Sem pedir licença invadiu... abrindo portas...
Arrastando cortinas... expondo suas idéias...
Mostrando quem é...
Mostrando que era tanto um tufão de pensamentos...
Quanto uma leve brisa de calmaria...
Bruta e doce...
Cética e Bruxa...
Meticulosa e apaixonada...
Mas sempre... sempre... sempre...
Aberta... aberta às pessoas...
Às crenças... aberta sempre...
Uma pessoa encantadora...
Se é que é mesmo pessoa...
A menina dos ventos...
-------------------------- Sr. Gustavo Martinho, o Violinista, sobre mim.
Grata, amigo, todos os dias por tê-lo conhecido.
06 outubro, 2008
Poeta
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Você começa a me fazer falta
Agora você começa a me fazer falta. Não parece importante... Afinal, você algum dia lerá estas letras? Você jamais lerá sequer meus olhos. Você jamais entenderá.
Minha face insensível não chora por você. Chora por infâmia, por impassibilidade ao próprio peito... Nunca por você. Imagine só, chorar por você. Contra-senso. Esta lágrima é minha alma indo a nocaute. Nada mais.
Cada vez que algo me atinge, você parece ser minha primeira solução, minha primeira culpa. É claro que você não sabe disso. Você não me vê chorando, nem por fora, nem por dentro. Mesmo as loucuras que se ordena fazer, nada tão imprevisível. Você ainda não se satisfez. Não presenciou esta lágrima por uma noite inteira, não presenciou uma falta de sono, nem as confissões absurdas ás três da manhã, nem as promessas de morte.
Renúncia
Engraçado como são as pessoas. Tão presas às coisas finitas. Talvez na esperança de que elas permaneçam... Não são eles tão ligados em tradições? Deviam saber que desde sempre é assim.
Engraçado como sou eu. Porque eu quero ser justamente aquilo que mais abomino? Inteligência, definitivamente, não produz nada prático por aqui. Ai, como eu queria ser bonita. Ai, como eu queria ser ninguém.
Engraçado é deus. Ele, lá, sempre tão alheio às coisas, mas sempre tão culpado, tão causa e conseqüência. Eu devo ser mesmo um problema. Talvez se houvesse um jeito de me livrar, mas seria apenas uma ilusão desnecessária.