06 outubro, 2008

Renúncia

Engraçado como são as coisas. Eu poderia morrer neste exato instante, mas escolhi morrer aos vinte e quatro. Me faltam, ou me sobram, três anos. Quantos serão que restam ao resto? Se não demorar muito, eu bem que animo esticar minha vida até uns oitenta e tantos. Minha vida é uma cama de agulhas: não existe momento confortável e não importa o quanto eu esteja acostumada a ela, vai sempre doer viver nela um dia mais.

Engraçado como são as pessoas. Tão presas às coisas finitas. Talvez na esperança de que elas permaneçam... Não são eles tão ligados em tradições? Deviam saber que desde sempre é assim.
Engraçado como sou eu. Porque eu quero ser justamente aquilo que mais abomino? Inteligência, definitivamente, não produz nada prático por aqui. Ai, como eu queria ser bonita. Ai, como eu queria ser ninguém.

Engraçado é deus. Ele, lá, sempre tão alheio às coisas, mas sempre tão culpado, tão causa e conseqüência. Eu devo ser mesmo um problema. Talvez se houvesse um jeito de me livrar, mas seria apenas uma ilusão desnecessária.

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