27 agosto, 2010

N. o A. -1-

Guardei palavras tão doces para meus dias ruins
e agora você me vem roubá-las.
Porque meu coração está vazio e você o toma
e me faz feliz. Irresponsavelmente feliz.

Meu querido, não faça assim:
não me devolva o carinho que lhe presto.
Não me deve, nada te devo.
Nós entristecemos e isso também passa.

Só não me seja tão bom, querido amigo,
que eu derramo de verdades incoerentes;
que eu te faço carregar as minhas pedras
e corro todo o risco, sozinha, de me apaixonar.

Deixa assim, como tem sido
com sorrisos viciosos e insensatos.
Não me peça beijos que já são seus:
leve-os, leve. Depois morda os lábios.

Depois me morda os lábios
E me deixe ser sua prisioneira oculta
que ao final do dia - eu prometo - digo:
Eu sou feliz! Ah, eu sou feliz!

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