17 setembro, 2010

Libélula - MariaHelena's Day (12/30)

Tu nasceste ninfa
e decidiste voar
ser no lago dos delírios
a libélula majestosa.

Inaugura a vida
donzelinha rasante
linda menina de alas furta-cor.
Coram as régias vitórias
com a audácia de seus vôos,
contemplam desejosas
o bater se suas asinhas.

No reflexo da lua,
peixes famintos brincam
a devorar sua infinita sombra.

Criança absoluta,
no trono, princesa,
fada doce,
estrela quente.

Qu'importa o teor dos seus dias mais amenos?
Qu'importam as águas, o mangue ou a brisa?
Que triste importância tem outras vidinhas
que nem de voar precisam saber?

A menina libélula passeia no tempo
e vaga no nada
sem mais que pensar

Só ser leve
Só ser só

No pouso, amargura.
Derrama o corpo sobre a natureza, vítrea libélula.
Vive um só dia.
Já foi, já vai.

Adormece libélula,
morre libélula.
Renasce amanhã
cada vez mais libélula.

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