08 novembro, 2008

de.ses.pe.ro

Desespero é meio assim: você não sabe se corre, se deita, se chora, se grita. Eu optei por chorar um bocado. Porque, às vezes, eu sou fêmea e adoro me ver chorando no espelho. Eu e minhas confissões... Tem dias que realmente beiro a loucura e começo a escrever palavras soltas e aleatórias em cadernos velhos. Depois elas fazem algum sentido, ou não, mas são sempre muito bonitas de se ler depois, quase um poema. Mas hora e outra volta o desespero,um aperto, um medo. E eu só tenho chorado.

Tem aqueles meus dias de desinteresse completo pela existência do mundo em que nada me desespera. Me falta perspectiva, me falta esperança. É que a certeza da morte às vezes desespera e eu penso que não vai dar tempo de fazer tudo o que eu ainda não sei se devo fazer. Em outros dias mais amenos, a certeza da morte me dá é sono, preguiça de fazer coisas que perecerão assim como eu. Acho que também é uma forma de desespero, uma quase-teimosia em viver ou em ceder ao processo de morte.

Eu tenho que dizer muitas coisas que andam me destruindo, mas tem sido difíceis esses dias, eu e meus dramas. E prefiro não propagar essa doença epidêmica, essa contrariedade, esse desprazer, essa aflição. E paro por aqui. ‘Tá dando um desespero, sabe?

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